sábado, 21 de março de 2009

Briga de cachorro grande!

Não é de hoje que o jornalismo brasileiro vem avacalhando, desculpe-me o termo, mas é difícil nomear de outra maneira as matérias dos profissionais desta área, já que cada vez mais os jornais e telejornais têm se mostrado sem compromisso com a notícia, com a verdade. O que vemos hoje, mais do que nunca, é um jornalismo que busca defender (somente isso) o interesse da sua “bancada”.
Na Folha de S. Paulo, por exemplo, Cony, que eu até admiro, leio seus textos e seus livros, teve a infeliz idéia de colocar que a ditadura no Brasil foi branda (veja: Ditabranda, 20/03/2009). No entanto Cony já havia comentado sobre o assunto no Letra Livre na Cultura dias antes de ter sido publicada tal matéria (07/03, se não me engano), e neste programa sim, ele deixou claro que para ELE (para ele que não chegou a sofrer grandes torturas) a ditadura foi branda. Pena que ele esqueceu de deixar isso claro no jornal que escreve.
Assim, a matéria transpareceu, para aqueles que não viu a entrevista na televisão, falta de respeito para com a nação, para com os familiares daqueles que sofreram com a ditadura no país, que perderam seus entes por causa desta. Branda? Talvez para a parcela da população que passou impune por ela. Digo talvez, porque sabendo das atrocidades desse período, é impossível achar que passei/passamos impune(s), uma vez que há uma mancha na história do Brasil.
Em nota, hoje cedo, por volta das 9h30, vimos (outra vez) a Rede Record protestando contra a Folha e seus ataques; a Folha não tem o direito de atacar uma rede por essa ser concorrente da emissora que a Folha é sócia (Rede Globo). Plin, plin... Cadê o jornalismo sério e independente? Todos falham, assumir os erros é imprescindível.
Éh Cony, pelo jeito os jornais não terão os mais 50 anos de vida, como profetizado pelo senhor, estão matando o jornalismo brasileiro!