"Quando o homem atingiu a colina mais alto, os sinos tocavam na cidade embaixo. Viam-se apenas os tetos irregulares das casas. Perto dele estava a única árvore da chapada. O homem estava de pé com um saco pesado na mão.
Olhou para baixo com olhos míopes. Os católicos entravam devagar e miúdos na igreja, e ele procurava ouvir as vozes esparsas das crianças espalhadas na praça. Mas apesar da limpidez da manhã os sons mal alcançavam o planalto. Via também o rio que de cima parecia imóvel, e pensou: é domingo. Viu ao longe a montanha mais alta com as escarpas secas. Não fazia frio mas ele ajeitou o paletó agasalhando-se melhor. Afinal pousou com cuidado o saco no chão. Tirou os óculos talvez para respirar melhor porque, com os óculos na mão, respirou muito fundo. A claridade batia nas lentes que enviaram sinais agudos. Sem os óculos, seus olhos piscaram claros, quase jovens, infamiliares."
Olhou para baixo com olhos míopes. Os católicos entravam devagar e miúdos na igreja, e ele procurava ouvir as vozes esparsas das crianças espalhadas na praça. Mas apesar da limpidez da manhã os sons mal alcançavam o planalto. Via também o rio que de cima parecia imóvel, e pensou: é domingo. Viu ao longe a montanha mais alta com as escarpas secas. Não fazia frio mas ele ajeitou o paletó agasalhando-se melhor. Afinal pousou com cuidado o saco no chão. Tirou os óculos talvez para respirar melhor porque, com os óculos na mão, respirou muito fundo. A claridade batia nas lentes que enviaram sinais agudos. Sem os óculos, seus olhos piscaram claros, quase jovens, infamiliares."
LISPECTOR, Clarice. Laços de família. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.
12 comentários:
ola prof de portugues amei u seu blog ha ha
Um relato (ou talvez parábola) belo e enigmático de “Laços de Família”. A lógica e a lucidez do professor de matemática são minadas por um ato inexplicável e cruel: o abandono de um cachorro que gosta de seu dono. O conto trabalha a oposição entre o cálculo de uma decisão e um ato desumano, sendo também o relato de uma autopunição de alguém que cometeu um crime contra um ser querido
By: LucasDeL
Taila
O texto é muito descritivo, ela da valor a cada detalhe ocorrido, normalmente ela estabelece uma forte relação entre a arte e a literatura, nesse texto ela sempre parte daquilo que esta sendo vivo. No texto o crime do professor é tirar o óculos para não enchergar a realidade, que não parecia muito agradavel, ele parecia cansado, fazia tudo para tentar melhorar a situação mas parecia nunca estar satisfeito.
Luuuuuuuuuucas seu louco inconsequeeeente!
eu li o resto do conto! o cara adorava o cachorro!(pois, mais tarde, ele escolhe um lugar em especial, onde ele próprio gostaria de ser enterrado!- pelo menos, até onde eu li! hehe ^^- )
realmente, é um texto de Clarice Linspector, pois está lá na página dela!
Quem quiser, pode tirar a prova!
O conto de "Laços de Família", nos passa a idéia de um mistério. Um homem enigmático, sozinho e aparentemente algo lhe incomoda.
Clarisse Lispector desenvolve em seus textos uma linguagem psicologica do personagem, nos mostra realmente a situação, o momento "conflituoso" do personagem consigo mesmo. Também retrata muito em seus textos a desigualdade social, apontando as barreiras existentes na sociedade.
O trecho que foi nos passado nos mostra uma narração rotineira de um dia de domingo, porém com um ar de mistério onde o homem pretendia realizar uma ação.
Anaelisa Nº 02
Melissa Nº 10
Clarice Lispector é e sempre foi uma escritora admiravél, em seus textos são exprimidos não só palavras mais sim sentimentos. Ela mostra o seu dom de uma maneira que nos leva de encontro aos seus personagens, escrevendo sobre fatalidades, com sentimentos que as vezes não demonstramos.
No texto Laços de Família,conseguimos enxergar essas características da escrita de Clarice. No texto, são colocadas palavras simples com pensamentos profundos, a pessoa que o texto refere parece estar voltando de algum lugar, revendo seu passado; também só colocados aspectos cotidianos o que faz ele ter a certeza de ser Domingo.
Terminei de ler, não entendi direito a história, pq tava com pressa, mas, parece que o cara matou o cão, tinha um outro cão, os caras estavam indo à missa, tinha uma árvore, q não tinha muito a ver com a história...
enfim, leiam, depois postem, meu serviço eu fiz!
Daniel Santa Maria Gomes
Gilberto Audibert alicio
Iapec - 3°ano
Neste texto podemos observar que apresentam suas características como os personagem de cidadde grandes tem um pouco de pertubações. E ao encontrar um local mais calmo e começa a se libertar das alienações e dos estresses, tentando assim buscar a felicidade nas coisas simples da vida.
Outra característica é a de nao ter um enredo muito claro, mas sim um relato de um fato.
Clarice Lispector é e sempre foi uma escritora admiravél, em seus textos são exprimidos não só palavras mais sim sentimentos. Ela mostra o seu dom de uma maneira que nos leva de encontro aos seus personagens, escrevendo sobre fatalidades, com sentimentos que as vezes não demonstramos.
AH! bláblabla! para com essa babação de ovo!
Lucas e Taíla, o texto está muito bom, mas foi tirado de outro blog. Lembrando que plágio é crime!
Parabéns a todos pela discussão em sala e comentário aqui no blog. Não se esqueçam das normas gramaticais, assim vocês matam a professora de português.
abraços pra vocês, meus queridos!
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