sábado, 26 de maio de 2007

Maio (I): Eleições na França.

Maio foi mesmo um mês agitado, tanto no mundo como para quem agora vos escreve. Eu poderia ficar aqui justificando os tantíssimos trababalhos que estive corrigindo nesse mês - essa minha profissão de professora!! No entanto, para que justificar se maio ainda não terminou? Ainda é possível falar dos acontecimentos do mês, com um certo atraso, é verdade, mas como diz o bom e velho ditado: “antes tarde do que nunca”. E me baseando no dito... Maio: muitas datas!!! Mês das noivas, mês das mães, mês de eleições na França.
Não vou falar de noivas, realmente não é um assunto que me agrada. Mil perdões noivas do Brasil afora, falar de noivas para mim, é superficial. É sempre a mesmice: o vestido, a grinalda, a festa, etc. Bã... não me acrescenta nada.
Das mães, apesar da data meramente comercial, sempre é bom falar dessa pessoa maravilhosa. Vou falar delas num texto à parte, elas merecem que escrevamos sempre, que a amemos sempre, que a agradecemos sempre.
Então o leitor já deve estar sabendo que vamos falar. Sim!!! As eleições da França.
Primeiramente a surpresa de uma mulher disputando tal posto já indica uma vitória. Mesmo não tendo vencido (e olha que torci muito) as eleições, Royal deve receber todo o respeito, pois sabemos que o mundo (em graus diferentes) ainda vive sob a ótica masculina e portanto, ainda machista. Dos desafios que a candidata socialista teve que enfrentar, tal como: crescente popularidade de seu adversário e esforço de unir uma esquerda fragmentada, estava o maior deles - o de derrubar o preconceito.
Não sou uma feminista, passo longe disso. No entanto, acredito no direito de ir e vir de todo cidadão independente do seu sexo. Dessa maneira, penso que ouvir “quem vai cuidar de seus filhos se vencer a presidência?” é mesmo o fim dos tempos! Principalmente se considerarmos que a pergunta veio de um colega de partido (Laurent Fabius). Imaginem então o que acabou ouvindo de outros.
Certo é que mesmo com toda a pressão Royal conseguiu grande destaque: o 2o lugar - superando mesmo a candidato apoiado por Chirac, Dominique de Villepin (primeiro-ministro).
No entanto, independente de ser mulher e a posição alcançada o que mais me agradou e agrada nessa mulher é mesmo o seu ideal de justiça. Podem me chamar de idealista ou algo do tipo. Eu acredito que é o possível tornar uma sociedade mais justa. Também sei que a França, está muito melhor que o Brasil nesta questão. E, mesmo estando muito melhor, vejam, tem gente acreditando e lutando para melhorar, se acreditam e lutam é porque ainda pode melhorar.
Posso ser uma idealista como julgas, mas não a sou no extremo de acreditar que acabaremos com as diferenças sociais, mas acredito piamente que essas diferenças podem ser menores, lá e mesmo aqui no Brasil.
Dessa forma, o slogan de Royal foi perfeito e deve ser seguido: “mais justa, a França é mais forte”. Não sei o então presidente Sarkozy buscará a justiça, para ser sincera acho difícil (espero estar errada). Penso que a justiça dele é um tanto controversa.
A França de Sarkozy fere o direito de ir e vir, fecha as portas aos emigrantes, com exceção aos judeus, afinal de contas não se pode negar as origens! Não estou pregando que as portas devem ser fechadas a esse povo. Não! Não é isso, mas não deve ser fechada aos demais também.
Um exemplo simples: os franceses podem vir ao Brasil quando quiserem e aqui serão bem tratados. No entanto, o indivíduo brasileiro corre o sério risco de ser deportado da França facilmente... ao menos que... se converta e procure construir mesquitas em Paris, aí pode ficar!
Sou abertamente contra esse “pode” e “não pode” que visa questões pessoais. Brasileiros e outros povos que vivem na então França devem ter o direito de lá permanecerem, o governo tinha que incentivar a regularização dessas pessoas no país, ou acreditam que as estas, gostam da irregularidade?
O advogado-presidente fará mesmo o papel de juiz-presidente? Veremos logo, em cenas dos próximos capítulos.

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